No episódio desta semana, o produtor e consultor audiovisual Maurício Hirata Filho comenta a situação da indústria cultural no país e no mundo. Segundo ele, nunca se consumiu tanta produção audiovisual na história da Humanidade. O cenário se expandiu com recursos privados dos grandes players de streaming. E isso ficou muito claro nos resultados do Oscar de 2021. Outro fator foram as mídias sociais, que emergiram numa cultura de formatos inéditos criando um novo ecossistema. Porém, aqui no Brasil, esse painel de positividade contrasta com uma crise combinada, predominantemente, entre dois fatores: um governo que não valoriza a indústria cultural e a pandemia do coronavírus. Com a explosão cultural que se viu na década passada, um dos setores que mais fortemente cresceu foi o audiovisual. Porém, desde a mudança de governo, em 2019, o que se tem visto é o desmonte deste setor com o discurso de que havia falhas na prestação de contas das produtoras beneficiadas com financiamentos. Mas como nenhuma suspeita foi confirmada, a Lei do Audiovisual e a Lei Rouanet, que não estão sob a alçada do Poder Executivo, foram preservadas, mesmo sob pressão do Governo Federal. Porém, o Fundo Setorial, que não goza da mesma proteção, sofreu enorme baque, sendo paralisado sem que novas propostas fossem apresentadas. Maurício ressalta que situação do Fundo Setorial mais a dificuldade das produções em cumprir os protocolos de segurança da Covid-19 em sets de filmagem, muitas vezes onerosos, e também a escassez de recursos provenientes da publicidade são os principais fatores para a crise no setor audiovisual.